quarta-feira, setembro 12, 2007

Pelos Direitos e representatividade das Mulheres em Sociedade e Partido

Companheiras e amigas mulheres!

Passou o III Congresso.E As resoluções aprovadas no III Congresso do PT são, de conjunto, bastante positivas. Reafirmamos o caráter socialista de nosso partido, algo que nos últimos anos parecia haver deixado de ser consenso. Muitos pareciam haver se convencido de que bastavam algumas reformas na atual sociedade para mudar significativamente a vida de mulheres e homens no Brasil.

Abaixo deixo um artigo da militante petista Angela Fernandes, integrante da Executiva Estadual do PT/São Paulo e do Coletivo Nacional de Mulheres ,artigo este que fala do Compromisso do PT com a luta das mulheres. É este o PT em luta e que queremos, na marcha das reivindicações não apenas classistas, mas in loco, atento e atuando junto às questões de gênero e etnia, na luta contra qualquer forma de segregação, seja esta sexista ou classista . Pois estas constituem também as nossas lutas ,de nosso tempo também em um mundo ainda burramente machista e que por muitas vezes o é falsamente cavaleiresco por pensar a mulher de modo secundarizado ou como objeto! E que até mesmo dentre setores de nossa militância ainda imiscui-se e principia-se as troças sexistas, difamatorias, homofobicas e de hierarquia.

Mulheres, a herança da terra pertence à vós. Mulheres, mães, irmãs, arrimos de familia,intelectuais, profissionais, enfim mulheres! Por uma representativade ainda mais justa em nossa Sociedade arcaica!

*Aproveito a deixa para os companheiros(a)s que pertencem ao Ishuv Judaico: Shana Tová U-metuká!הנvh val שנה טובה ומתוקה ... A.(N.Itz) 5768!!!

Armando Aguiar.

Artigo:

Pelos Direitos e representatividade das Mulheres em Sociedade e Partido

Ao reafirmar o socialismo petista, o PT se reconcilia também com sua formulação da correlação intrínseca entre feminismo e socialismo. O PT, desde sua fundação, incorporou o feminismo como elemento fundamental de transformação da sociedade, isto porque a luta feminista desafia as estruturas do capitalismo, que oprime as mulheres nas diversas dimensões da vida social, política, econômica e cultural.

Apresentamos e enfrentamos um importante debate acerca do Brasil que queremos - e foi unânime a constatação de que serão necessários muitos anos para avançarmos significativamente no cumprimento do programa de nosso partido. Portanto, está colocada a questão imediata da construção da candidatura petista, com a qual disputaremos as eleições de 2010.

Foi durante o debate sobre esse ponto da pauta (o Brasil que Queremos), no domingo, 2 de setembro, que mulheres e homens, delegados e delegadas de nosso partido ao III Congresso deram uma grande demonstração de estarem em consonância com a luta das mulheres ao apoiarem a descriminalização do aborto. Foi aprovada, também, a cota de 30% de mulheres nas delegações aos Encontros e Congressos (a que existia se restringia às direções).

Os delegados e delegadas aprovaram, por amplíssima maioria, a descriminalização do aborto com a garantia de assistência por parte do Estado para as mulheres que decidirem interromper uma gravidez. Foi um momento histórico para a luta feminista no PT, que somente pode ser comparado ao I Congresso, em 1991, quando aprovamos o conjunto de políticas afirmativas que estão internamente em vigor há dezesseis anos e inspiraram diversas outras iniciativas feministas na sociedade civil e no Estado. Naquele momento fomos capazes de propor à sociedade brasileira uma proposta que reconhecia que - de maneira "natural" as mulheres não chegariam às direções. Seria necessário um conjunto de ações afirmativas para proporcionar, ainda que artificialmente, a entrada de um contingente significativo de mulheres nas direções do PT.

A construção desse caminho, que reafirma a pauta e a relevância da luta das mulheres dentro PT, começou no 13º Encontro Nacional, quando apresentamos ao partido uma resolução também aprovada, quase por unanimidade de votos, que exigia que os deputados federais de do PT saíssem da Frente de Defesa da Vida (sic) no Congresso Nacional. Esse tema também perpassou nossa pauta na elaboração do programa de governo do companheiro Lula para eleições de 2006. Naquele momento, chegamos à formulação da defesa da garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pois, novamente, as reivindicações feministas sofriam contestação de setores conservadores presentes dentro e fora de nosso partido.

Com a suavização da defesa da descriminalização do aborto no texto final do programa Lula para as mulheres, constatamos que existe hoje um hiato no debate partidário, pois o PT e nossos governos muitas vezes deixam de pautar as políticas para as mulheres. Mas no III Congresso o PT reafirmou o seu compromisso com a igualdade de gênero e com a defesa da autonomia das mulheres, o que aponta que devemos estreitar nossos laços com o movimento de mulheres e feministas. Devemos continuar defendendo a reforma política, destacando a necessidade de mecanismos formais que possam corrigir a sub-representação das mulheres nos parlamentos e executivos.

Internamente, nós - mulheres petistas e feministas - devemos cobrar o cumprimento da resolução que propõe o fortalecimento das secretarias municipais, estaduais e nacional de mulheres do PT, considerando-as como pólos para formulação e elaboração de políticas para atuarmos nas diferentes frentes – social e institucional. Temos pela frente o desafio das eleições de 2008, na qual devemos reafirmar nosso compromisso partidário com a criação de órgãos governamentais – secretarias ou coordenadorias, com equipe multidisciplinar e orçamento próprio – que elabore, articule e execute políticas para mulheres, para continuarmos inovando nas políticas públicas. O clima combativo e as resoluções do III Congresso nos animam para esses novos (e velhos) desafios. É momento de apostar na retomada da cultura feminista e socialista no PT.

Angélica Fernandes é integrante da Executiva Estadual do PT/São Paulo e do Coletivo Nacional de Mulheres do PT


Segue artigo enviado por Bruno Ruivo a respeito da autocritica petista e a perseguição da imprensa em seu processo de mostrar se como espaço de voz da sociedade conservadora e das classes mais abastadas ,sob o epiteto da moral e bons costumes:

Independentemente da questão do PT ter se descolado ou não de sua missão histórica, me parece que a imprensa convencional não descolou do PT seu rastro de inimigo mortal.

Até hoje a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina sofre com a perseguição implacável da mídia convencional via toda sorte de injúrias: estereótipos, ridicularizações, acusações infundadas, declarações preconceituosas e elitistas. Detalhe: ela nem ao menos continua no PT. Mudou de partido a mais de uma década.

Sabemos que a raquítica vocação marxista de Leonel Brizola, e a ainda mais risível fachada populista de Jânio Quadros não os poupou dos ataques de uma imprensa conservadora. Com êxitos eleitorais identificados com Maria Luiza Fontenele, Olívio Dutra, Vítor Buaiz, Luiz Erundina, Pedro Wilson, Edmílson Rodrigues e Cristóvam Buarque, o PT perdeu o apelo anti-brizolista que o tornava pseudo-coqueluche da mídia (como fatalmente acontecerá com o P-SoL, o que irreveriselmente azedaria o armistício de uma Istoé tão logo que um Chico Alencar seja eleito prefeito).


Se a prefeitura da Marta Suplicy foi de esquerda ou não é altamente discutível, mas que a oposição a sua gestão foi de direita é inegável. A imprensa, como sujeito social, opta por uma linha acusatória muito seletiva e de critérios duvidosos. A ridícula intensidade de veiculação da notícia de inocência da gestão Marta Suplicy remete a pífia veiculação da inocência do irmão do Presidente Lula. No caso de Vavá da Silva, não cabe sequer dizer que ele foi inocentado, ELE NEM AO MENOS FOI INVESTIGADO. AS ESPALHAFATOSAS ACUSAÇÕES DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA SEQUER REUNIRAM UM QUANTIDADE MÍNIMA DE INDÍCIOS QUE PUDESSE LEVAR A UM INQUÉRITO PROTOCOLAR CONTRA O IRMÃO DO PRESIDENTE. Considerando o número de primeiras páginas de jornal que a leviana acusação recebeu, um agente social tal qual a imprensa se constitui haveria de, caso tivesse um mínimo de senso de ridículo, um desmentido muito melhor veiculado do que o rodapé de uma coluna de opinião do formidável Elio Gaspari.

Como disse Veríssimo "todos os elementos de um golpe de estado da Direita estão presentes, menos o mínimo de política de esquerda do governo." Talvez por isso mesmo o golpe não tenha sido concretizado. Seja em São Paulo ou no Brasil, os setores neo-lacerdistas da imprensa comportam-se como se estivessem perante um Juscelino Kubitschek redivivo: um pseudo-Leviatã patético em sua sinceridade social tornado grandioso apenas pela mediocridade inenarrável de seus difamadores. Talvez a conseqüencia mais ruinosa dessa orientação pornográfica da mídia não seja propriamente uma articulação filogolpista oriunda de seu alarmismo, mas a elevação de figuras medianas da política à condição de pais da Pátria, como JK. Eu jamais absolveria o Lula; acredito que, no entanto, a História, infelizmente, o absolverá. Nem que seja pela inépcia da produção de provas pela acusação.

Abraços,

Bruno Ruivo

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