segunda-feira, dezembro 17, 2007
Berzoini e Alberes Lima eleitos no PED/07 II Turno.
Os petistas do municípiodo Rio de Janeiro elegeram, neste domingo, Alberes Lima como o novo presidente do Diretório Municipal do PT do Rio. Ele é, atualmente, Secretário Geral do Diretório Estadual do PT-RJ e foi eleito com 2.631 votos contra Antonio Neiva, que obteve 1.237. Foram 3.868 votos válidos, dos quais, Alberes obteve 68%, ficando Neiva com 32%. Houve, ainda, 93 votos em branco e 49 nulos, totalizando 4.010 eleitores.
Na eleição para a presidência nacional do PT, o atual presidente Ricardo Berzoini recebeu 2.476 votos, com Jilmar Tatto obtendo 1.168. Houve 248 votos em branco e 119 nulos, em um total de 4.011 eleitores.
O segundo turno das eleições no município carioca não repetiu a presença massiva de petistas às urnas, na comparação com o primeiro turno, quando, na capital, quase 7 mil filiados votaram. Ao todo, 25.921 petistas estavam aptos ao voto.
A Zona Oeste foi quem registrou a maior presença de petistas nas urnas. A Zonal que teve maior número de votos foi a 39ª, na Vila Aliança, com 280 eleitores. A seguir, a 38ª Zonal, na Vila Kennedy, registrou a presença de 274 eleitores, seguindo-se a 40ª Zonal, em Bangu, com 265 votantes, e a 50ª, em Senador Camará, com 233.
Deputado federal por São Paulo comandará partido no biênio 2008/2009. Segundo a página do partido na internet, seu adversário, o também deputado federal Jilmar Tatto (SP), ligou para Berzoini e o cumprimentou pela vitória.
SÃO PAULO – O deputado federal Ricardo Berzoini (SP) foi reeleito presidente nacional do PT e comandará o partido no biênio 2008/2009. Segundo a página do partido na internet, seu adversário, o também deputado federal Jilmar Tatto (SP), ligou para Berzoini e o cumprimentou pela vitória.
Com 118 mil votos apurados até a manhã de segunda-feira (17), entre 150 mil previstos, Berzoini obteve 69.869 votos (62,29%) e Jilmar Tatto, 42.292 (37,71%). Houve 4.404 brancos e 1.934 nulos, em 1.324 municípios. Segundo a Secretaria Nacional de Organização, não há mais possibilidade de Tatto reverter o resultado.
Berzoini disse que trabalhará em seu segundo mandato para “acumular forças” durante as eleições municipais de 2008, de modo a permitir que o PT lance um candidato próprio em 2010. Garantiu ainda que sua grande referência serão as decisões tomadas no terceiro Congresso do PT, realizado neste ano.
Funcionário do Banco do Brasil a partir de 1978, Berzoini militou no Sindicato dos Bancários de São Paulo. Entrou no PT em 1980 e tornou-se membro do Diretório Nacional do partido em 1995. Deputado federal eleito em 1998, 2002 e 2006, foi ministro de Estado da Previdência e Assistência Social (2003-2004) e do Trabalho e Emprego (2004-2005)
RESULTADO PED/2007 – CHAPAS NACIONAIS NO RIO DE JANEIRO
Terra trabalho e soberania 119
A esperança é vermelha 643
Democracia pra valer 208
Mensagem ao partido 5.613
Partido é pra lutar 3.049
Movimento popular 180
Militância socialista 2.873
Construindo um novo brasil 8.049
Programa operário e socialista 87
RESULTADO PED/2007 – CHAPAS ESTADUAIS NO RIO DE JANEIRO
(O total de votos corresponderá ao número de assentos no Diretório Estadual e Executiva conforme a porcentagem de cada chapa)
Terra trabalho e soberania 105
A esperança é vermelha 485
Unir e renovar 440
Mensagem ao partido 4.700
Partido é pra lutar 2.128
União de base 632
Unindo forças 1.463
Socialismo e luta 3174
Construindo um novo Brasil 2.630
Fórum de idéias por um Brasil socialista 2088
Partido unido 2378
Partido para todos 612
quarta-feira, dezembro 12, 2007
II Turno PT Nacional-Berzoini ou Jilmar Tatto.Mudanças à vista?
O deputado federal Ricardo Berzoini (SP), atual presidente, disputa a reeleição. O desafiante é o também deputado federal Jilmar Tatto (SP). Mais de 326 mil petistas participaram da primeira fase das eleições internas, que iniciou o processo de escolha dos dirigentes do PT, em todos os níveis, para os próximos dois anos.
O total de votantes foi superior ao registrado nas eleições internas de 2005 (314.926). Dos 326.147 votos apurados, Berzoini obteve 131.699 (43,42%) e Tatto 61.440 (20,25%). Na seqüência aparecem José Eduardo Cardozo (19,02%), Valter Pomar (12%), Gilney Viana (3,71%), Markus Sokol (0,99%) e José Carlos Miranda (0,61%). Os próximos dias serão cruciais para a reorganização dos apoios para o segundo turno.
Em entrevistas exclusivas à revista Carta Maior, Berzoini e Tatto falam sobre seus projetos para o partido, a relação com o governo Lula e os planos para as eleições de 2010. Para o atual presidente do PT, sua vitória seria a continuidade de um mandato que corrigiu os "erros" do passado com "mais transparência e formalização do fluxo de receitas e despesas", além de ter "garantido um debate interno aberto".
Para Tatto, porém, o PT precisa ter seu poder mais partilhado, o que não será possível se Berzoini vencer. "Ele tem 43% do partido sozinho e um terço dos presidentes estaduais são da corrente dele. Ter uma força com esse poderio todo já mostrou ser perigoso, basta ver a história recente do partido", afirmou o deputado. A seguir, leia os principais trechos dessas entrevistas.
II Turno PED 2007 e 28a Zonal
Agradecemos a confiança aos que compareceram as urnas nas eleições do PED 2007 em 02/12/07 I Turno. Neste Domingo dia 16 de dezembro II Turno para os cargo Municipal e nivel Nacional.
Para a coordenação da 28ª zonal num mandato de dois anos está eleita para presidência e com cinco membros, dos doze, a chapa Despertar assinada por Carmelita ,companheira a qual para 2008 entraremos em contato .Aproveito para informar repetidamente que neste próximo domingo, dia 16/12, das 9h às 17h, no mesmo local, será realizado o 2º turno para a presidência nacional e municipal do PT.
ELEIÇÕES PED 2007 DATA: LOCAL DE VOTAÇÃO: Escola Marília de DirceuRua dos Jangadeiros, 39, esquina com Barão da Torre -Ipanema
HORÁRIO: das 9h às 17h
Link com diretorio afim de saber se esta apto ou não a votação:http://www.ptrj.org.br/riodejaneiro.html
Foi reeleito no primeiro turno o atual presidente do PT/RJ: Alberto Cantalice (Construindo um Novo Brasil).
Foram para segundo turno os candidatos à presidência do PT:
Município do Rio: Sebastião Alberes de Lima Bernardo (Movimento: Por todos os sonhos, Por todas as lutas) e Antonio de Neiva Moreira Neto (Socialismo é luta).
Nacional: Ricardo Berzoini (chapa Construindo um Novo Brasil), Jilmar Tatto (Partido é pra Lutar).
Att. Arm Aguiar
Ultima Reunião do Semestre 2007.2
Data:Quinta-feira 13/12
Hora:13h Local:Araras PUC RIO
Companheiros ,Nesta Quinta Feira Reuniao nas ARARAS 13h.Sera fundamental a presença de todos,até quanto ultima reunião geral do Nucleo em 2007.
Pauta:
-Projetos e propostas para o Nucleo em 2008.Neste ponto inclui-se Cordenação para 2008.1,Organicidade e funcionamento do Nucleo,...
-Discussão acerca do II turno do PED,da responsabilidade quanto a oposição ao Campo Majoritario e o quanto isto tem de representatividade em relaçao aos que estão do lado de fora do Partido,principalmente a Midia.
Dentre outros mais a serem expostos mediante o surgimento destes.
"Preso à minha classe e a algumas roupas vou de branco pela rua cinzenta
Melancolias, coisas e mercadorias espreitam-me .Devo seguir até o enjôo? Posso,sem armas, revoltar-me? O tempo e o pobre fundem-se no mesmo impasse Em vão me tento explicar,os muros são surdos .Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova .E as coisas.Que tristes são as coisas,quanto mais consideradas. sem ênfase."
Att.Armando Aguiar
Crise de Ética ou Pedancia politica da Agenda da Direita
O protagonismo popular na América Latina ameaça as elites classistas
Nunca a América Latina teve possibilidades tão interessantes, ainda que frágeis, ainda que tenha-se os que forçosamente argumentam de modo a tornar a politica um espaço desacreditado e mundo irreversivel, conturbado
Faz alguns anos, o coronel Perón na Argentina, para horror das “gentes como uno”, colocou os “cabecitas negras” nas ruas, os “descamisados” e lhes deu direitos de cidadania. Ao mesmo tempo, seu populismo autoritário esmagou organizações intermediárias, colocando a sós o líder, sua companheira Evita de um lado e o povo do outro. Os militares intervieram para destruir o processo, mas Perón e Evita viraram mitos. As ambigüidades do peronismo foram tantas, que dificultaram até hoje o crescimento da cidadania democrática, depois de ditaduras terríveis, mas ao mesmo tempo estas não conseguiram apagar o protagonismo popular, chame-se hoje “piqueteros” ou nação peronista, apesar de um Menen caricato e corrupto pelo meio.
No México, o “tata” Cárdenas deu voz a índios e mestiços, nacionalizou o petróleo e trouxe dignidade ao país, diante de seu feroz vizinho do norte. A solução das oligarquias foi cooptar os sucessores presidenciais num Partido Revolucionário Institucional de caciques. Mas as sementes dos anos 30 rebrotaram no PRD do filho de Lázaro Cárdenas, Cuhautémoc e depois em Chiapas, no zapatismo.
No Brasil, Getúlio, ditador no Estado Novo, deu direitos aos trabalhadores e voltou triunfalmente em 1950, para suicidar-se em 1954 pelas pressões de um udenismo direitista de falso moralismo, que preparou o golpe dez anos depois. Porém, mais adiante, se fortaleceram os movimentos populares, o MST como exemplo significativo, e surgiram o PDT de Brizola e, principalmente, o Partido dos Trabalhadores de Lula.Falso moralismo preso a fala de tantos que primam em taxar a uns ou outros como mais ou menos eticos.Crise do logos? Risivel...
Estaremos diante de uma nova fase populista? Diria enfaticamente que não. Há diferenças notáveis. Os três estadistas citados vinham das próprias elites e, a partir delas, faziam concessões. Agora a situação para os setores dominantes é muito mais ameaçadora. Tudo começou aqui com um operário metalúrgico migrante. No dizer de Luís Fernando Veríssimo, até então tínhamos sido governados por Braganças e agora chegava um simples da Silva. É audível o ranger de dentes quando, em alguns setores, se fala de Lula e de Marisa Letícia, para eles uma situação social e política insuportável. Prefeririam alguém com português escorreito e, se possível, vindo da academia.Mas um nordestino vindo das classes humildes...é humilhante para a academia
Na Bolívia, depois de um Sanchez de Lozada com forte sotaque gringo, da estirpe dos novos donos de mineração, sucessores dos Patiños, chegou, para horror de muitos, um índio cocalero, um Morales com o estranho nome de Evo.No Equador, o movimento indígena foi se fortalecendo nos últimos anos, como previu o notável bispo de Riobamba, D. Leonidas Proaño e levou à presidência Rafael Corrêa, que não tem essa origem étnica, mas que tenta expressar seus anseios, e que se declara seguidor da teologia da libertação e das comunidades de base cristãs.
No Peru, um mestiço de propostas pouco nítidas, Ollanta, quase ganhou de um ex-presidente aprista branco, Alan Garcia, de posições também indefinidas. Mas as marchas pré-eleitorais de um e de outro mostraram dois países visualmente diferentes. Também ver as manifestações pró e contra Chávez é como descobrir duas realidades distintas, raças e classes opostas. Numa eleição futura no Paraguai, um ex-bispo católico, Fernando Lugo, cresce nas sondagens por suas ligações com as comunidades guaranis.
Kirchner e Cristina, provenientes de províncias pobres e periféricas, mas com fisionomias bem pouco populares, fazem no entanto apelo a uma nação peronista que nunca desapareceu. No caso de Tabaré Vásquez no Uruguai este, dirigente da Frente Ampla, acabou com a alternância histórica e elitista de blancos e colorados, pondo a esquerda no poder. No Chile, Michele Bachelet, presa e torturada com sua mãe pela ditadura, pai general expurgado, depois Ministra da Defesa que os militares tiveram de engolir, continuando Ricardo Lagos, repetiu a derrota do “barrio alto” pelo povo das poblaciones, que saiu às ruas com Allende e foi depois massacrado por Pinochet.
Deixemos de lado a Colômbia, conservadora e em plena insurreição e o México, com eleições fraudulentas. Na Nicarágua, voltou enfim Daniel Ortega, mas com um sandinismo deturpado pela corrupção (a triste “piñata” que distribuiu benesses entre os vencedores). Cada um destes processos tem uma história própria, com suas ambigüidades e suas potencialidades. O caso brasileiro parece o mais maduro, preparado por muitos anos de tentativas eleitorais frustradas desde 1989 e por caravanas da cidadania pelo país afora, hoje com uma política realista, cônscia da diferença entre o desejável e o possível, mas com políticas sociais que o povo, sentindo na pele, avalia muito melhor do que uma esquerda ideológica.
Bolívia, o curto governo de J.J. Torres, assassinado a mando de Banzer e dos americanos, me faz ver com interesse um processo frágil, às vezes imaturo, rondado por separatismos comandados de fora, mas sobre o qual há que fortemente apostar e ser solidário. Bem mais ambíguo é o caso da Venezuela e não consigo acreditar no chavismo entusiasta de certos setores da esquerda. Faz-me lembrar Perón, atacando verbalmente o imperialismo e fazendo acordos com ele por baixo do pano. Muita verbosidade e uma tendência autoritária latente. Mas tem o povo pobre a seu lado e desenvolveu políticas sociais ambiciosas. Um elemento positivo foi Chávez aceitar a derrota do último referendo, para decepção da direita, que esperava uma reação violenta, ela que tentaria preparar um golpe se perdesse. Derrota por um fio, num país dividido ao meio. Reação democrática e constitucional de Chávez, que pode ser desfeita mais à frente por nova onda de ameaças e de retaliações.
Mais complexo é o caso de Cuba, prisioneira de um bloqueio americano absurdo e criminoso e de um sistema interno autoritário, com um líder que pretende eternizar-se, mas com saúde e futuro incertos. O país parece mal preparado para uma transição difícil. Dizem alguns que Raul Castro pode surpreender, com uma saída à chinesa, politicamente mantendo símbolos e enrijecimento, economicamente com aberturas ao mercado internacional. Digo isto, ainda que em linhas muito gerais, porque temos de tentar fazer análises cuidadosas sobre processos históricos complexos, pesando os prós e os contras de cada caso, que podem também mudar a qualquer momento, para bem e para mal. Marx indicou a necessidade de subir do abstrato para o concreto. Vejo muitas análises, de alguns que se crêem seus seguidores, encerradas num plano filosoficamente idealista e ideológico, a partir de teses gerais, sem raízes na realidade, mitificadas, preconceituosas ou emocionais. É o que nosso autor alemão chamava de ideologia, isto é, uma visão invertida da realidade e de falsa consciência.
Temos de acompanhar estes processos cada um em seu contexto, não apenas para conhecê-los, mas antes de tudo para trabalhar pela transformação da realidade (ver a última tese de Marx contra Ferbach), torcendo para que dêem certo no que têm de positivo emergente, pensando no que eles podem ajudar – ou dificultar – um processo necessário de integração latino-americana, ao nível dos povos e não apenas dos setores dominantes.
Nesse sentido, a diplomacia brasileira de Celso Amorim e de Samuel Pinheiro Guimarães, seguindo orientações do presidente, tem sido cuidadosa e criativa. Não é com bravatas que se avança, mas com medidas concretas, Lula dialogando com Evo, Corrêa, Bachelet, Tabaré, Cristina, no futuro talvez Lugo e, sempre que possível, com o surpreendente Chávez, talvez o mais difícil, por sua ânsia de liderança.
Voltando ao princípio, nunca a América Latina teve possibilidades tão interessantes, ainda que frágeis, num mundo conturbado, onde o império está enredado no oriente em guerras sem saída. Isso, colocados num espaço latino-americano estrategicamente secundário a nível internacional, poderia abrir-nos possibilidades para experimentar e criar, se não formos atropelados por posições aprioristas de uma esquerda ideológica e se soubermos anular a volta de uma direita impaciente e revanchista. Tudo a começar pelo Brasil, que iniciou o processo e que não pode, de maneira alguma, interrompê-lo. Vejamos o ranger de dentes da elite...
APRESENTAÇÃO :JILMAR TATTO - chapa Partido é Pra Lutar
"Neste momento de encruzilhada histórica em toda a América Latina, em que o neoliberalismo mostra sinais de seu ocaso, o maior partido de esquerda do continente passará por eleições diretas em que certamente mais de 300 mil filiados escolherão as novas direções. Se não podemos creditar a elas toda a responsabilidade na condução de um partido que é de massas, por outro lado é papel das direções a organização e adequado cumprimento dos cronogramas de mobilização para atingir os inúmeros e claros objetivos que temos no próximo período. Essas são as razões para apresentarmos a candidatura do companheiro Jilmar Tatto, deputado federal, um dos atuais vice-presidentes nacionais do PT, companheiro que já desempenhou as tarefas de presidente do diretório municipal do partido em São Paulo, deputado estadual, secretário municipal de abastecimento, das subprefeituras, de transportes e de governo da cidade de São Paulo. Temos convicção de que o companheiro Jilmar, juntamente com os companheiros e companheiras de todo o Brasil que compõem nossa chapa para o Diretório Nacional do PT, representam essa capacidade de levar adiante as tarefas acima elencadas, conduzindo democraticamente no próximo período um PT autônomo, renovado e capaz de continuar sendo a alternativa de esquerda para o povo brasileiro. Com uma ampla base de sustentação, é o que esperamos debater com a militância petista neste rico Processo de Eleições Diretas que se avizinha"
APRESENTAÇAO:RICARDO BERZOINI-chapa construindo um novo Brasil
"Trata-se de uma candidatura comprometida com a preservação dos princípios que marcam a vida do PT, que contribuíram com a transformação da cultura política do país na medida em que tornou explícita a natureza do capitalismo brasileiro, excludente e produtor de desigualdades sociais e regionais, de todas as formas de discriminação, opressão e autoritarismo que marcaram a história do Brasil.A preservação destes princípios, definidores do socialismo petista, deve estar associada à defesa constante dos valores e da democracia interna do PT que, por sua forma e conteúdo, permitiram a elaboração de sínteses políticas capazes de produzir um duplo movimento: o PT alimentou e foi alimentado pela experiência dos movimentos sociais, tendo sido capaz, também, de formular políticas públicas e marcos legais voltados à afirmação de direitos dos setores que a eles poucas vezes tiveram acesso. Devemos lembrar, também, que foi essa direção quem conduziu a vitoriosa campanha do presidente Lula à reeleição e, com erros e acertos, promoveu um reencontro do partido com sua militância. Sob essa mesma direção o PT defendeu Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara e permitiu que chegássemos, pela segunda vez, à presidência daquela casa.
Os oito anos do governo Lula não podem ser um soluço progressista em 500 anos de história conservadora. Para que esse projeto tenha continuidade, precisamos que o PT fortaleça sua democracia interna, revigore os seus princípios e mantenha as suas pernas firmes. Para isso, precisamos de um presidente com densidade política, capacidade de articulação, liderança partidária e que já tenha comprovado seu compromisso com a unidade do partido. O PT não pode se transformar numa federação de tendências. Somos o maior partido de esquerda do hemisfério sul e, com as características que temos, precisamos de um presidente que não alimente em nosso meio o espírito da disputa permanente e autofágica"
quarta-feira, novembro 28, 2007
Eleições internas no PT:Oposição x Campo Majoritário
Quem fala sobre as eleições no partido,sabado agora, em 2 de dezembro (primeiro turno), dá de barato que o atual presidente, Ricardo Berzoini, já está reeleito, com folga. Pode até ser, mas política e eleições não são cartesianos, não se fazem com números, ou, pelo menos, não se resumem a somas aritméticas.
A virtual vitória de Berzoini corresponde à derrota do deputado José Eduardo Cardozo,que segundo pesquisas da Isto é desponta como mais forte concorrente do Campo Majoritário do Partido e sua tese Construindo um novo Brasil. Campo Majoritário é a tendência dentro do PT a que pertenceram os últimos presidente nacionais do partido,como José Dirceu, José Genoíno e o atual Ricardo Berzoini que tenta a reeleição. O mesmo Jose Cardoso da oposição pela tese Mensagem ao Partido tem arregimentado apoios respeitáveis
Nomes que não apóiam a situação ou estão em franca oposição ao Campo Majoritário estão os ministros Tarso Genro (da Justiça, ex-coordenador político), Fernando Haddad (Educação, com boa imagem na opinião pública), Paulo Vanucchi (de direitos humanos, área sensível para a militância petista), e Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário, idem). , três dos quatro governadores petistas: Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE) e Ana Júlia Carepa (PA), ficando de fora apenas Wellington Dias (PI). Sem contar os prefeitos de capitais João Paulo (Recife), Luizianne Lins (Fortaleza) e João Cozer (Vitória). Trunfos do PT na academia, como Marilena Chaui, Maria da Conceição Tavares, Maria Victória Benevides e Paul Singer. Nomes e posições bem expressivos. Se não forem capazes de dar a vitória dos números à candidatura alternativa, certamente serão de dar densidade política a ela, com um recado importante para o governo, a cúpula partidária e, especialmente, a sofrida militância petista, tonta com tantos solavancos na chegada do partido ao poder.
-Há vitórias e vitórias. Umas têm quantidade, outras, qualidade. A médio e a longo prazos, os efeitos podem ser formidáveis. O PT anda carente de efeitos formidáveis.Queremos mudanças para que o partido agregue as massas e tenha em sua pauta as mobilizações sociais.
* nota:
O Campo Majoritário era um amontoado de grupos mais ou menos próximos em torno do centro do partido, mas havia um grupo dominante que era liderado pelo José Dirceu. Com a crise, justamente o setor hegemônico do Campo Majoritário saiu chamuscado, perdeu respeitabilidade, perdeu capacidade de influenciar os demais setores do partido, teve sua liderança questionada. Hoje, o setor predominante é obrigado a ceder espaço para os demais, negociar mais. Então, hoje, o Campo Majoritário é mais homogêneo .Tarso Genro lidera uma corrente de oposição moderada (Mensagem ao Partido). Alas mais moderadas ‘à direita’, do ponto de vista do PT, foram incorporadas pelo Campo Majoritário e em parte pelo próprio Movimento PT. Grupos mais à esquerda seguem como grupos estridentes, com maior ou menor importância do ponto de vista organizacional. A Articulação de Esquerda é um pouco maior, mas não a ponto de se tornar uma alternativa real de poder dentro do partido, mesmo que se junte com os grupos trotskistas.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Disputa a Presidência do PT -Candidatos ,Chapas e plataformas
Segue importante informe obtido junto ao D.Municipal.Aos que votarão no PED deixo também endereço em que a nossa 28 Zonal votará:
28ª ZONAL/PT :
ELEIÇÕES PED 2007
DATA: 02/12/07
LOCAL DE VOTAÇÃO: Escola Marília de Dirceu
Rua dos Jangadeiros, 39, esquina com Barão da Torre -Ipanema
HORÁRIO: das 9h às 17h
***ÚLTIMO DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS(AS) A PRESIDENTE DO PT-RJ
DATA: 29/11/07 (quinta-feira) IMPERDIVEL!!!
LOCAL: Centro Cultural Barão de Mauá, na Estação de Trem da Leopoldina.
HORÁRIO: início às 19h.
DIA 22/11 - Quinta Feira18:30h - Debate entre Chapas Estaduais na Capital
Local: Auditório do PT - Rua do Carmo, 38 3º andarCentro - Rio de Janeiro.
Evento -Rio em Foco: Pensando a Cidade e Contruindo Alternativas Para Uma Agenda Social Integrada
Dia 27/11 às 18h30 Local: ASA - Associação Judaica Scholem Aleichem de Cultura e Recreação (Rua São Clemente, 155 - Botafogo) Presentes :Cida Diogo (dep. federal, candidata à pres. estadual do PT) - Denise Lobato (professora, candidata à pres. municipal do PT) .
Com a participação de : Alessandro Molon (dep. estadual, pré candidato à prefeitura do Rio) ,Ricardo Henriques (BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
Luis Fernando de Souza Leão de Andrade (IPHAN -Inst do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)
Abaixo quem são os sete candidatos que disputam a presidência nacional do PT.
outras propostas de nossos candidatos e suas plataformas em :http://www.pt.org.br/ped/conteudo.php?tipo=5
(clique no link para acessar as plataformas em anexo)
Markus Sokol – 110 Terra, Trabalho e Soberania - 210
Valter Pomar - 120 A Esperança é Vermelha - 220
José Eduardo Martins Cardozo - 140 Mensagem ao Partido - 240
Jilmar Tatto - 150 Partido é pra Lutar - 250
Gilney Viana - 170 Militância Socialista - 270
Ricardo Berzoini - 180 Construindo um Novo Brasil (??)- 280
José Carlos Miranda - 190 Um Programa Socialista para o PT - 290
Agora quanto aos Diretórios (Cabe frisar que temos duas mulheres entre seis presidenciáveis ao PT-RJ 2007-8) ,boa parte das discussões giram em torno de uma esfera nacional, ao observarmos a falta de confrontamentos quanto a políticas publicas e socialismo no âmbito estadual e de prática,uma vez que este diretório terá em mãos o ‘prefeitavel’ do partido para a nossa cidade.
RIO DE JANEIRO
Chapas
Terra, Trabalho e Soberania – 410
Mensagem ao Partido- 440
Partido Unido – 484
A Esperança é Vermelha – 420
Construindo um Novo Rio de Janeiro - 481
União de Base de Lutas e Massas – 451
Partido é pra Lutar – 450
Fórum de Idéias por um Brasil Socialista – 483
Unindo Forças – 455
Socialismo é Luta – 470
Partido para Todos – 485
Unir e Renovar - 430
Candidatos
Christiane Granha - 310
Cida Diogo - 340
Alberto Cantalice – 380
Welington da Silva (Eric Vermelho) – 351
Washington Siqueira – 370
Aurélio Medeiros – 385
terça-feira, novembro 20, 2007
Por que Acreditar no PED 2007 ?
O partido, afinal, surgiu da confluência de uma grande diversidade de lutas políticas e sociais travadas pelo povo brasileiro em diferentes momentos históricos. Seu desenvolvimento está profundamente ligado à evolução dos movimentos sociais, à árdua batalha pela conquista e exercício da cidadania, ao desafio de obter apoio majoritário, no Brasil de hoje, para o nosso programa democrático-popular, baseado em imprescindíveis reformas estruturais, bem como de fortalecer a perspectiva histórica do socialismo democrático.e que o resultado do PED oxalá! confluísse a direção do Partido à sua origem por que o que está em jogo será a capacidade do PT de elaborar políticas que possam inseri-lo no centro da disputa política da conjuntura atual: a disputa pelo Governo Lula e pela herança positiva do lulismo; que unifiquem o partido pela garantia de ampla participação de todos na sua elaboração e encaminhamento; que possa agir no horizonte imediato sem perder o horizonte utópico socialista.
O PT vive um momento de necessária reaproximação da sua direção com a base militante e os movimentos sociais . Para renovar de verdade, o PT necessita de uma direção comprometida prioritariamente com os objetivos do próprio Partido e não de mandatos específicos. Nesse sentido, a participação de jovens deve ser incentivada por meio de cursos e atividades culturais. A presença das mulheres na direção dos núcleos e instâncias partidárias deve constituir objetivo permanente da direção partidária, atribuindo riqueza e diversidade à construção de políticas e à ação partidária. O Partido deve facilitar ainda a participação dos negros e outros grupos étnicos e raciais em suas instânciasA oportunidade de participação que se apresenta nesse processo de eleição direta da direção petista em todos os níveis deve servir de referência para um novo modelo de direção partidária, baseado no incentivo à participação permanente dos filiados e militantes nas atividades do Partido durante todo o ano e não somente nos períodos que antecedem eleições em qualquer nível como a logica do voto em massa .
E para isso, a direção do Partido deve estar comprometida com a abertura de espaços permanentes para essa participação, com o fortalecimento dos núcleos, das secretarias e dos setoriais do Partido, além da realização de seminários e de reuniões ampliadas dos diretórios para a presença da militância e de representantes dos núcleos, tornando as decisões mais próximas dos interesses da população e dos movimentos sociais.E tal luta por que o PT no governo ainda representa os anseios dos mais pobres e da classe proletaria em prol de sua emancipaçao .E para aprofundar esse projeto de transformação social rumo ao socialismo do tipo que defendemos, devemos eleger nesse PED os candidatos e as chapas comprometidas com os objetivos históricos do Partido e com uma prática partidária voltada para a participação dos filiados e da militância, autônoma em relação a mandatos e profundamente articulada aos movimentos sociais. Plagiando o professor Robson Campos:"temos de colocar gente nossa e gente boa lá dentro.".
Datas:
2/12/2007
Primeiro turno do PED (comissão de ética, conselho fiscal, direções e presidências), das 9h às 17h
3/12/2007
Informação às Comissões Organizadoras Estaduais do resultado do PED em cada Zonal ou Municipal, através de correio eletrônico ou telegrama registrado
4/12/2007
Envio das atas em carta registrada (zonais e municipais) ao Diretório Estadual
4/12/2007
Informação do resultado do PED em cada Estado à Comissão Organizadora Nacional, através de correio eletrônico ou telegrama registrado
5/12/2007
Envio das atas em carta registrada (estaduais).
16/12/2007
Segundo turno do PED (presidências) das 9h às 17h.
24/12/2007
Divulgação do resultado geral do PED
11/12/2007
Formalização, junto às Comissões Organizadoras Estaduais, pelas chapas e candidaturas, da relação de fiscais nos municípios e zonais
Regionais:
Confira abaixo a relação de todas as chapas e candidatos que disputam as direções do PT nos 26 Estados, mais o Distrito Federal. A relação traz também os seus respectivos números eleitorais.
RIO DE JANEIRO
Chapas
Terra, Trabalho e Soberania – 410
Mensagem ao Partido- 440
Partido Unido – 484
A Esperança é Vermelha – 420
Construindo um Novo Rio de Janeiro - 481
União de Base de Lutas e Massas – 451
Partido é pra Lutar – 450
Fórum de Idéias por um Brasil Socialista – 483
Unindo Forças – 455
Socialismo é Luta – 470
Partido para Todos – 485
Unir e Renovar - 430
Candidatos
Christiane Granha - 310
Cida Diogo - 340
Alberto Cantalice – 380
Welington da Silva (Eric Vermelho) – 351
Washington Siqueira – 370
Aurélio Medeiros – 385
Puc deixo estes links para a consulta de algumas outras propostas de nossos candidatos e suas plataformas em :http://www.pt.org.br/ped/conteudo.php?tipo=5
Relatorio acerca da situação atual do Nucleo Milton Santos
Análise de sobre a reunião de quarta-feira, dia 31 de outubro de 2007, do Núcleo do PT Milton Santos (PUC) – Observações sobre os objetivos e as possibilidades de ação.
Antes de mais nada é importante colocar que esta reunião se deu após um breve período de inatividade do núcleo, por conta do grande número de tarefas pessoais dos integrantes. O momento em que se deu a reunião, portanto, comportava um contexto diferente do restante do ano devido a algumas transformações ao longo deste espaço de tempo. O coletivo de juventude petista ligado à corrente partidária Democracia Socialista, Kizomba, havia rompido com a atual gestão de DCE, que ajudou a eleger, sob a alegação de que os integrantes da chapa que anteriormente tinham pensamentos políticos direitistas individuais, agora se organizavam de politicamente norteado por idéias conservadoras de forma a impedir a ação da Kizomba (Juventude da DS). Por outro lado, outro grupo do núcleo, não participantes de correntes internas e oposicionistas da atual gestão do DCE desde o início do ano, haviam se organizado no grupo de movimento estudantil Derrubando Muros, que tem por característica a rejeição de membros partidarizados, o que, de acordo com eles, preserva a autonomia do movimento social e garante uma aproximação com as bases que pretendem representar. A exceção foi feita, na PUC, para o ingresso de alguns membros do Núcleo Milton Santos. De acordo com os mesmos, a exceção foi aberta devido a um consenso entre os membros da Derrubando Muros de que os ditos filiados ao PT não tentariam criar uma lógica de aparelhamento dentro do movimento.
A partir disto, os grupos se organizaram para disputar as eleições estudantis marcadas para a semana que se seguiria. A Kizomba optou por se aliar à UJS e à representante da corrente petista de Niterói PT Socialista (também presente na reunião). A Derrubando Muros, por outro lado, se organizou com grupos defensores da auto-gestão presentes na Vila dos Diretórios, herdeiros da antiga ‘elite política’ da PUC, cujo espaço era a Vila e se organizava na forma de auto-gestão no DCE. O desgaste dessa herança é notório. As últimas duas gestões que seguiram este modelo, de 2005 e 2006, foi muito aquém do esperado.
Como a divisão entre esses dois grupos afeta a vida do Núcleo Milton Santos? A pauta da reunião era realizar uma discussão em torno desta conjuntura e das propostas das duas chapas representadas no núcleo. O objetivo disto era abrir um espaço no núcleo para temas relevantes, por que não centrais, à militância de muitos petistas na PUC. O núcleo seria, portanto, fortalecido com a presença adicional desses militantes. A verdade é que, desde que surgiu, o núcleo não deu muito espaço e ênfase para o debate de movimento estudantil, principalmente devido à hostilidade existente entre os dois principais grupos da época, organizados de forma ligeiramente diferente em relação a esse ano (e que não vale a pena ser levada em conta aqui) que compunham o núcleo. Esta medida foi necessária para que o núcleo não se desmembrasse. No entanto, após quase um ano de existência, é possível realizar outros diagnósticos. Se por um lado o núcleo não se desmembrou, por outro deixou de abordar questões importantes para a vida política na PUC e para alguns dos principais militantes do núcleo, uma vez que grande parte deles são ligados ao movimento estudantil. Apesar de boas discussões e alguns bons eventos terem se seguido, o núcleo não conseguiu mobilizar efetivamente todos os grupos petistas da PUC. Isto permitiu, por exemplo, a existência de outro espaço na universidade que formava uma referência partidária tão grande quanto, ou até maior, do que o núcleo: o espaço dos petistas no DCE.
O núcleo não almeja se tornar um centro dirigente das ações políticas dos filiados ao PT na PUC. Apenas ser a principal referência de discussão, debate, e de atração de simpatizantes e militantes no espaço universitário. Sejam eles ligados ao movimento estudantil ou não. O recente racha dos petistas ligados ao DCE com a atual gestão e sua provável derrota eleitoral cria um quadro favorável ao fortalecimento do núcleo. No entanto, é importante que a coordenação saiba construir determinadas diretrizes políticas para o espaço do núcleo de modo que o contexto favorável seja efetivamente aproveitado no projeto de construção de um núcleo forte na universidade. Essas diretrizes não implicam a defesa de projetos específicos – ou uma ação contra eles – como é o caso do PROUNI. Implicam sim, no fortalecimento do espaço de debates democráticos em que temas importantes como o PROUNI sejam efetivamente destrinchados, de modo a permitir um posicionamento consistente dos filiados. A existência de fortes divergências internas deve ser aproveitada para o fortalecimento do caráter tolerante e democrático do núcleo. Aliás, as fortes disputas internas não são exclusividade do núcleo. É a regra também do partido como um todo, como conseqüência da diversidade ideológica e social inerente à história petista. É uma característica que torna o PT único entre outras organizações de cunho socialista no Brasil e no mundo, e, portanto, deve ser realçado, não esquecido, na vida da base nuclear. O que deve ser evitado é a supervalorização dessas divergências e a criação da falsa imagem de que as divergências políticas impedem a convivência desses dois grupos em um ambiente partidário comum. Tal imagem vai de encontro com tudo que o PT historicamente defende e ao mesmo tempo contra a postura que ambos os grupos, na teoria, procuram defender.
Vejamos as principais divergências entre estes grupos. O primeiro, encabeçado pela Kizomba, considera-se defensor dos verdadeiros ideais do partido. Sua função é defender esses ideais dentro dos movimentos sociais através da disputa pela direção política contra outros grupos que têm o mesmo objetivo. No entanto, é válida a crítica realizada pelo grupo auto-gestionário de que o que está em disputa não são apenas diretrizes políticas, mas também apoio dos movimentos sociais à partidos (ou correntes partidárias) presentes em esferas do poder público. Dessa forma, as políticas defendidas não são somente aquelas que atendem ao interesse da base social representada pelo movimento, mas também à interesses burocráticos, eleitorais e muitas vezes pessoais. No entanto, a idéia de que existe uma representação genuína e pura dos anseios de determinada base social, que são apenas distorcidas quando existe um direcionamento partidário, é falsa.
A partir do momento que os grupos de movimento estudantil se organizam para além de uma única universidade, com o objetivo de pensar a política dos estudantes em nível regional ou nacional, a direção política de cada DCE fica, de certa forma, submetida a posicionamentos e debates exógenos aos estudantes de cada universidade. O Derrubando Muros é um exemplo disso. Não é por acaso que membros deste grupo, presentes na chapa da PUC, convocaram uma reunião da mesma para que ocorres no espaço da ocupação da reitoria da UFRJ, onde estudantes protestam contra o projeto do REUNI. Nesse caso, é claro que as posições e ações políticas do grupo vão muito além dos interesses genuínos dos estudantes da PUC – sua base social. Ao contrário, são construídos por dirigentes políticos que têm posicionamentos ligados a questões, projetos e lutas muito mais amplos, e que por vezes podem interferir de forma organizada na vida política interna da PUC. É falsa a idéia de que apenas o partido político cria direções políticas pautadas em interesses exógenos, assim como a idéia de que um modelo organizativo de auto-gestão não cria grupos dirigentes e hegemônicos. Inclusive, uma organização auto-gestionária que não possui um grupo dirigente corre o sério risco de cair na imobilidade e falta de projetos.
As experiências do DCE da PUC de 2005 e 2006 são retratos claros das duas possibilidades: respectivamente, formação de grupo dirigente com interesses exógenos, e imobilidade. É verdade que este modelo evita compromissos com o poder público, pois não se relacionar com partidos políticos é não ter a possibilidade de se tornar governo. No entanto, existe um compromisso velado com a contínua oposição, o que traz vantagens e desvantagens, mas mantém a presença de interesses exógenos na formação da opinião política das bases sociais. Hay gobierno? Soy contra - mesmo que os interesses da base social estejam sendo contemplados.
Na verdade, o movimento social é uma combinação de interesses de classe/grupo com propostas de direcionamento político. Seja a direção política construída a partir de um partido ou não. O diferencial dos partidos de massa, como o PT, é que permitem um movimento dialético entre a estrutura partidária e os movimentos sociais. Dinâmica essa, oriunda da própria história petista, em que movimentos sociais cuja direção política apontava para uma maior democratização e socialização do poder e dos meios de produção da sociedade brasileira (e dessa forma se identificando com a ideologia socialista), se organizaram para criar um instrumento político cujo objetivo era levar essas demandas e direcionamentos para a disputa do poder público e governamental. Ao mesmo tempo em que, por um lado, a ação reivindicatória das camadas populares excluídas presentes na história do PT aproxima o partido ao modelo proposto pelo grupo ligado à Derrubando Muros, por outro, a opção histórica dessas camadas em criar um partido que representasse suas demandas na esfera estatal deixa em aberto a possibilidade de se tornarem governo e terem seus interesses atrelados a diferentes esferas governamentais, o que aproxima a história petista à proposta do grupo mais ligado à Kizomba.
As críticas tecidas acima de forma alguma deslegitimam os projetos defendidos por ambos os grupos. Também não pretendem anular as diferenças entre os dois grupos. Na verdade, as diferenças apontam para a existência de muitas visões acerca da relação entre movimentos sociais, governos e partidos, que podem e devem ser debatidos no núcleo. No entanto, é importante que a coordenação esteja atenta para algumas inconsistências teóricas, práticas e históricas presentes nas diversas argumentações, pois mostram que nenhum grupo é detentor do ‘verdadeiro e único caminho’ a ser seguido pelo partido e pelo núcleo. Ao contrário, a existência do núcleo pressupõe um espaço em que a única verdade absoluta é a que permite uma interação entre os diversos posicionamentos existentes em nosso partido, de modo a enriquecer a argumentação e posicionamento de ambos os lados, além, é claro, daqueles que não se inserem nesta polarização conjuntural. Estar atento à complexidade, historicidade, inconsistências e possibilidades de ambos os grupos é o caminho também para o respeito político que deve existir entre os participantes do núcleo.
Esse respeito não inclui apenas o tratamento delicado e educado ao longo dos debates. Inclui também o reconhecimento de que todos aqueles que se disponibilizam – gastando os melhores anos de sua juventude - a estarem presentes em um partido como o PT, em um movimento social, ou em debates dentro de uma esfera de organização política que não garante o crescimento individual dentro do partido, como é o caso do núcleo, sejam quem forem, de alguma forma, têm o desejo sincero de transformação de nossa realidade social. Só por isso merecem tanto serem ouvidos como terem ouvintes dispostos a mudar a opinião a partir do debate travado.
As diferenças entre os membros do núcleo, no entanto, não são apenas de posicionamentos ideológicos. A postura defendida no parágrafo anterior é em si uma direção política com o difícil objetivo acabar com determinados dogmatismos, preconceitos e rótulos que muitas vezes impedem o debate entre o maior número possível de grupos e militantes presentes em nossa universidade e, com isso, comprometem a própria existência do núcleo. A última reunião mostrou as possibilidades e os limites de nossa presente situação. Não cabe a discussão que apenas tenha o interesse de defender e disputar o seu projeto próprio. Mas sim aquela que procura aprofundar pontos e temas, algo que não é possível em lugares onde a disputa política e eleitoral é fundamental e, portanto, não admite espaços para auto-crítica e exposição de fragilidades. O núcleo não é um DCE ou órgão administrativo. A oposição e situação no núcleo são, respectivamente, aqueles que não querem e não conseguem construir um espaço que abrigue diversas correntes de pensamento, oriundos de diversas bases sociais, e aqueles que consideram esta diversidade fundamental para um núcleo que se pretende forte e atuante em diversas esferas do espaço universitário.
Não deve haver outro pólo petista na PUC. Todo o esforço deve ser feito para que o Núcleo Milton Santos seja o único. A fragmentação do núcleo leva a criação de diversos grupos pautados por interesses particulares e muitas vezes conjunturais. A criação de um único núcleo permite que esses interesses particulares atuem em uma dinâmica mais ampla, que aborde questões gerais acerca do partido, do governo, da PUC e de movimentos sociais diversos. O fortalecimento do núcleo é o fortalecimento de uma esfera partidária não atrelada a interesses burocráticos e imediatistas (esses são importantes, mas não devem ser preocupações exclusivas de um partido). Os temas polêmicos que causam fortes divergências serão aqueles que fomentarão o debate. Aqueles consensuais serão os que definirão os posicionamentos centrais e a identidade do núcleo enquanto órgão partidário na PUC. Entre os divergentes estão temas como o PROUNI. Entre os consensuais, estão: a necessidade da ampliação de outros setores da comunidade da PUC nas esferas de decisão da universidade, um maior diálogo com a AFPUC, com o PVNC e com o corpo docente.
Para isso é importante realizar um trabalho de construção simbólica do núcleo. Que faça com que os grupos percebam que o projeto descrito acima é a única hegemonia ideológica que o núcleo precisa. Não se trata de fazer com que os petistas do Derrubando Muros não se comportem como membros do Derrubando Muros, e os da Kizomba não se comportem como membros da Kizomba. Mas sim construir a idéia de que o núcleo é um espaço diferente e que, portanto, exige uma atuação diferente. Existem pessoas que trabalham para que esse projeto não aconteça, por motivos pessoais, políticos, ou estudantis. Mas as organizações políticas acima não são formadas por máquinas, e sim por seres humanos, o que possibilita o surgimento de novas lideranças e novas posturas que não sejam contraditórios nem com os movimentos sociais e correntes às quais o militante porventura pertença, e nem com a proposta de construção de um forte núcleo petista na PUC. A coordenação deve valorizar a liderança daqueles que procuram colaborar com este projeto, em detrimento daqueles que atuam contra ela.
A provável presença maciça dos petistas na oposição ao DCE colabora para o crescimento da importância do núcleo, assim como a nossa presença na 28ª zonal. Talvez, se houver um trabalho realizado com competência, será possível que a próxima chapa de DCE (2009) parta de nosso núcleo, o que aumentará a força política de nossas ações e debates.
Com esse esforço, devemos alcançar nosso objetivo de construção de um núcleo que possibilite a difusão dos ideais petistas, que traga mais militantes, que ajude a enriquecer o PT com experiências políticas de uma das melhores universidades do país, e que aumente nossa consistência política enquanto militantes petistas e de diversos movimentos sociais, para que possamos realizar transformações em nossa sociedade com uma amplitude cada vez maior. Os projetos e idéias só tem sentido, do ponto de vista social, quando são passíveis de serem implantados. Este deve ser o esforço da atual coordenação, da qual sou colaborador.
Próximas ações :
- Imediato fortalecimento de nossa estrutura burocrática, o que inclui atas e pautas arquivadas, e um estatuto.
- Persistência em discussões pertinentes ao espaço da PUC.
- Para tanto, início de conversas com outros órgãos da PUC, como a AFPUC, e professores simpatizantes.
- Persistência em discussões acerca do movimento estudantil. Talvez a organização, para meados do ano que vem, de um fórum de debates sobre o movimento estudantil de esquerda na PUC. É importante que o núcleo implemente de forma efetiva o direcionamento político desejado, para que este possa se espalhar por outros grupos na PUC. Por exemplo, os membros da Derrubando Muros e da Kizomba, ao conseguirem estabelecer um bom diálogo no núcleo, podem facilitar o diálogo externo.- Início de contato com lideranças da DS e Kizomba como Rafael e Josué, que procurem enquadrar a postura do último membro citado acima.
- Fortalecimento do grupo da atual direção por meio do restabelecimento do contato com militantes assim como o adicionamento efetivo ao partido de novos companheiros que vêm freqüentando as reuniões.
- Reorganização da lista de filiados, com as respectivas zonais, tempo de filiação, e um breve histórico de cada um.
- Investimento nos militantes que forem trazidos pela Kizomba ao núcleo, sempre respeitando a opção deles pela corrente.
- Incentivo a TODOS os militantes do Núcleo Milton Santos a se filiarem à 28ª zonal.
- Organização de um curso de formação política para o início do próximo ano.
- Os novos filiados, devem participar de forma mais consistente dos projetos do núcleo.
- Valorização, dentro do núcleo, das lideranças da Kizomba
quarta-feira, setembro 12, 2007
Pelos Direitos e representatividade das Mulheres em Sociedade e Partido
Passou o III Congresso.E As resoluções aprovadas no III Congresso do PT são, de conjunto, bastante positivas. Reafirmamos o caráter socialista de nosso partido, algo que nos últimos anos parecia haver deixado de ser consenso. Muitos pareciam haver se convencido de que bastavam algumas reformas na atual sociedade para mudar significativamente a vida de mulheres e homens no Brasil.
Abaixo deixo um artigo da militante petista Angela Fernandes, integrante da Executiva Estadual do PT/São Paulo e do Coletivo Nacional de Mulheres ,artigo este que fala do Compromisso do PT com a luta das mulheres. É este o PT em luta e que queremos, na marcha das reivindicações não apenas classistas, mas in loco, atento e atuando junto às questões de gênero e etnia, na luta contra qualquer forma de segregação, seja esta sexista ou classista . Pois estas constituem também as nossas lutas ,de nosso tempo também em um mundo ainda burramente machista e que por muitas vezes o é falsamente cavaleiresco por pensar a mulher de modo secundarizado ou como objeto! E que até mesmo dentre setores de nossa militância ainda imiscui-se e principia-se as troças sexistas, difamatorias, homofobicas e de hierarquia.
Mulheres, a herança da terra pertence à vós. Mulheres, mães, irmãs, arrimos de familia,intelectuais, profissionais, enfim mulheres! Por uma representativade ainda mais justa em nossa Sociedade arcaica!
*Aproveito a deixa para os companheiros(a)s que pertencem ao Ishuv Judaico: Shana Tová U-metuká!הנvh val שנה טובה ומתוקה ... A.(N.Itz) 5768!!!
Armando Aguiar.
Artigo:
Pelos Direitos e representatividade das Mulheres em Sociedade e Partido
Ao reafirmar o socialismo petista, o PT se reconcilia também com sua formulação da correlação intrínseca entre feminismo e socialismo. O PT, desde sua fundação, incorporou o feminismo como elemento fundamental de transformação da sociedade, isto porque a luta feminista desafia as estruturas do capitalismo, que oprime as mulheres nas diversas dimensões da vida social, política, econômica e cultural.
Apresentamos e enfrentamos um importante debate acerca do Brasil que queremos - e foi unânime a constatação de que serão necessários muitos anos para avançarmos significativamente no cumprimento do programa de nosso partido. Portanto, está colocada a questão imediata da construção da candidatura petista, com a qual disputaremos as eleições de 2010.
Foi durante o debate sobre esse ponto da pauta (o Brasil que Queremos), no domingo, 2 de setembro, que mulheres e homens, delegados e delegadas de nosso partido ao III Congresso deram uma grande demonstração de estarem em consonância com a luta das mulheres ao apoiarem a descriminalização do aborto. Foi aprovada, também, a cota de 30% de mulheres nas delegações aos Encontros e Congressos (a que existia se restringia às direções).
Os delegados e delegadas aprovaram, por amplíssima maioria, a descriminalização do aborto com a garantia de assistência por parte do Estado para as mulheres que decidirem interromper uma gravidez. Foi um momento histórico para a luta feminista no PT, que somente pode ser comparado ao I Congresso, em 1991, quando aprovamos o conjunto de políticas afirmativas que estão internamente em vigor há dezesseis anos e inspiraram diversas outras iniciativas feministas na sociedade civil e no Estado. Naquele momento fomos capazes de propor à sociedade brasileira uma proposta que reconhecia que - de maneira "natural" as mulheres não chegariam às direções. Seria necessário um conjunto de ações afirmativas para proporcionar, ainda que artificialmente, a entrada de um contingente significativo de mulheres nas direções do PT.
A construção desse caminho, que reafirma a pauta e a relevância da luta das mulheres dentro PT, começou no 13º Encontro Nacional, quando apresentamos ao partido uma resolução também aprovada, quase por unanimidade de votos, que exigia que os deputados federais de do PT saíssem da Frente de Defesa da Vida (sic) no Congresso Nacional. Esse tema também perpassou nossa pauta na elaboração do programa de governo do companheiro Lula para eleições de 2006. Naquele momento, chegamos à formulação da defesa da garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pois, novamente, as reivindicações feministas sofriam contestação de setores conservadores presentes dentro e fora de nosso partido.
Com a suavização da defesa da descriminalização do aborto no texto final do programa Lula para as mulheres, constatamos que existe hoje um hiato no debate partidário, pois o PT e nossos governos muitas vezes deixam de pautar as políticas para as mulheres. Mas no III Congresso o PT reafirmou o seu compromisso com a igualdade de gênero e com a defesa da autonomia das mulheres, o que aponta que devemos estreitar nossos laços com o movimento de mulheres e feministas. Devemos continuar defendendo a reforma política, destacando a necessidade de mecanismos formais que possam corrigir a sub-representação das mulheres nos parlamentos e executivos.
Internamente, nós - mulheres petistas e feministas - devemos cobrar o cumprimento da resolução que propõe o fortalecimento das secretarias municipais, estaduais e nacional de mulheres do PT, considerando-as como pólos para formulação e elaboração de políticas para atuarmos nas diferentes frentes – social e institucional. Temos pela frente o desafio das eleições de 2008, na qual devemos reafirmar nosso compromisso partidário com a criação de órgãos governamentais – secretarias ou coordenadorias, com equipe multidisciplinar e orçamento próprio – que elabore, articule e execute políticas para mulheres, para continuarmos inovando nas políticas públicas. O clima combativo e as resoluções do III Congresso nos animam para esses novos (e velhos) desafios. É momento de apostar na retomada da cultura feminista e socialista no PT.
Angélica Fernandes é integrante da Executiva Estadual do PT/São Paulo e do Coletivo Nacional de Mulheres do PT
Segue artigo enviado por Bruno Ruivo a respeito da autocritica petista e a perseguição da imprensa em seu processo de mostrar se como espaço de voz da sociedade conservadora e das classes mais abastadas ,sob o epiteto da moral e bons costumes:
Independentemente da questão do PT ter se descolado ou não de sua missão histórica, me parece que a imprensa convencional não descolou do PT seu rastro de inimigo mortal.
Até hoje a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina sofre com a perseguição implacável da mídia convencional via toda sorte de injúrias: estereótipos, ridicularizações, acusações infundadas, declarações preconceituosas e elitistas. Detalhe: ela nem ao menos continua no PT. Mudou de partido a mais de uma década.
Sabemos que a raquítica vocação marxista de Leonel Brizola, e a ainda mais risível fachada populista de Jânio Quadros não os poupou dos ataques de uma imprensa conservadora. Com êxitos eleitorais identificados com Maria Luiza Fontenele, Olívio Dutra, Vítor Buaiz, Luiz Erundina, Pedro Wilson, Edmílson Rodrigues e Cristóvam Buarque, o PT perdeu o apelo anti-brizolista que o tornava pseudo-coqueluche da mídia (como fatalmente acontecerá com o P-SoL, o que irreveriselmente azedaria o armistício de uma Istoé tão logo que um Chico Alencar seja eleito prefeito).
Se a prefeitura da Marta Suplicy foi de esquerda ou não é altamente discutível, mas que a oposição a sua gestão foi de direita é inegável. A imprensa, como sujeito social, opta por uma linha acusatória muito seletiva e de critérios duvidosos. A ridícula intensidade de veiculação da notícia de inocência da gestão Marta Suplicy remete a pífia veiculação da inocência do irmão do Presidente Lula. No caso de Vavá da Silva, não cabe sequer dizer que ele foi inocentado, ELE NEM AO MENOS FOI INVESTIGADO. AS ESPALHAFATOSAS ACUSAÇÕES DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA SEQUER REUNIRAM UM QUANTIDADE MÍNIMA DE INDÍCIOS QUE PUDESSE LEVAR A UM INQUÉRITO PROTOCOLAR CONTRA O IRMÃO DO PRESIDENTE. Considerando o número de primeiras páginas de jornal que a leviana acusação recebeu, um agente social tal qual a imprensa se constitui haveria de, caso tivesse um mínimo de senso de ridículo, um desmentido muito melhor veiculado do que o rodapé de uma coluna de opinião do formidável Elio Gaspari.
Como disse Veríssimo "todos os elementos de um golpe de estado da Direita estão presentes, menos o mínimo de política de esquerda do governo." Talvez por isso mesmo o golpe não tenha sido concretizado. Seja em São Paulo ou no Brasil, os setores neo-lacerdistas da imprensa comportam-se como se estivessem perante um Juscelino Kubitschek redivivo: um pseudo-Leviatã patético em sua sinceridade social tornado grandioso apenas pela mediocridade inenarrável de seus difamadores. Talvez a conseqüencia mais ruinosa dessa orientação pornográfica da mídia não seja propriamente uma articulação filogolpista oriunda de seu alarmismo, mas a elevação de figuras medianas da política à condição de pais da Pátria, como JK. Eu jamais absolveria o Lula; acredito que, no entanto, a História, infelizmente, o absolverá. Nem que seja pela inépcia da produção de provas pela acusação.
Abraços,
Bruno Ruivo
sexta-feira, agosto 24, 2007
Plebiscito sobre a Reestatização da Vale do Rio Doce
As privatizações no Brasil e na maioria dos países do Terceiro Mundo foram implementadas sob o cabresto da dívida pública, por meio de projeto executado pelas Instituições Financeiras Multilaterais, a serviço dos governos dos países ricos, serviçais, em última análise, das grandes empresas e bancos transnacionais.
A humanidade continua dividida em dois mundos. Aquele onde a ciência e a tecnologia abrem uma infinita gama de possibilidades, e outro onde as mais elementares necessidades humanas ainda não estão satisfeitas. A principal causa disto é o endividamento público, que subtrai imensas somas de recursos que deveriam estar sendo destinados à garantia dos direitos humanos. Segundo a Unicef ,diariamente nada menos que 19 mil crianças morrem no mundo devido ao custo financeiro da dívida. Inumeros paises são reféns destas contas,num poderiamos ironizar ,um 'neo modelo de exclusivismo colonial' .As injustiças provocadas pela Dívida são inúmeras, mas destacamos a concentração de renda nos países mais ricos, o crescimento espantoso da miséria e o elevado endividamento dos países subdesenvolvidos.e a espoliação do que é patrimônio publico!
Agora diante o plebiscito publico a ser realizado na primeira semana de setembro ,a mídia reacionária se alarma. Exatamente em 2007 faz dez anos que a CVRD deixou de ser estatal e passou para as mãos privadas. Foi praticamente doada, "vendida" a preço de banana. Historiadores, juristas e economistas de reconhecida idoneidade e conhecimento técnico são uníssonos em dizer a venda da Vale figura entre um dos maiores crimes contra o povo brasileiro. E a Vale se defende em horário nobre das maiores redes de TV, começando a veicular uma publicidade da Empresa .
Com atividades em 18 países, a Vale se intitula "uma Empresa compromissada com o nacional.Atuando de maneira responsável, em harmonia com a sociedade e com o meio ambiente.E que desempenha um papel importante no desenvolvimento sustentável do país, contribuindo para o aumento das exportações e para o fomento de diversas indústrias. Sua meta é buscar oportunidades que estejam em sintonia com sua estratégia de crescimento.Como empresa global de mineração diversificada e maior operadora de serviços de logística do Brasil",em suma ,a Companhia Vale do Rio Doce é líder na produção e exportação de minério de ferro e pelotas e importante produtora global de manganês e ferro ligas, de concentrado de cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio.Ou seja é uma potencia em si.
Temos de reaver o que é nosso! Já !a VALE É NOSSA!!!SIM A REESTATIZAÇÃO DO QUE É PATRIMONIO PÚBLICO!!!
quinta-feira, agosto 23, 2007
Relembrando o Manifesto de Resgate do Partido
Não queremos viver com uma espada sobre a cabeça de cada militante do PT, até terminar com a liberdade de expressão e de debate no partido. Recusamos a falsa alternativa de abaixar as bandeiras ou abandonar o partido. Até mesmo porque “partido é partido, e governo é governo.E tal como naquele Manifesto a ideia de a todos petistas, qualquer que seja sua sensibilidade ou corrente, a constituir um amplo movimento pelo RESGATE DO PT, com uma autocritica mais apurada, com o olhar as bases ,de tornar à esta ,pertence-la e assim compreenderem suas falas e anseios por respostas.
Perspectivas ao III Congresso PT
Observem no quadro abaixo que a maioria (60%) é das teses que, somadas a “Mensagem ao Partido”, representam a esperança de mudança no PT. O antigo campo “majoritário” e hegemônico do PT, responsável pelos erros históricos do partido, possuem apenas 40%. Isso é um bom sinal. Demonstra que algo de bom pode vir do III Congresso.
“Amigos companheiros de sonhos, lutas e caminhadas, as perspectivas são boas, não apenas para a questão do PT como também para projetos em 2008. Dependerá, única e exclusivamente, do esforço de cada um de nós e da nossa luta alimentada pela vontade em mudarmos essa sociedade, a começar pela nossa cidade.
Sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho só. Sonho que se sonha junto é o início de uma nova realidade. Vamos juntos, sempre juntos lutar e contribuir para a construção de uma nova sociedade. Uma rápida estimativa dos resultados das várias teses em disputa para o III Congresso do PT, indica os seguintes números:
- mais de 20% para a Mensagem ao Partido;
- uma presença de cerca de 4% para o grupo regional Novo Rumo (cisão do ex-campo majoritário, liderada por Rui Falcão, Vacarezza, Mentor, Zaratini e outros);
- um peso em torno de 6% para o PT de Luta e de Massas (liderada pelo Jilmar Tatto);
- uma participação de cerca de 6% para a Esperança é Vermelha (Articulação de Esquerda, que sofre com os rachas de Santa Catarina e Espírito Santo);
- uma participação em torno de 5% de "Por um PT Militante e Socialista" (que agrega os que defenderam a candidatura do Plinio Sampaio no PED, mais a TM e o grupo do dep. Durval Ângelo de Minas);
- o Movimento PT projeta-se com 12% (mas pode não alcançar esse percentual);
- as demais teses (a do Vladimir Palmeira, da Matilde, do Gilney, do Sokol e do Serge) podem fazer no total 4%;
- Isto soma algo próximo de 60%. Portanto, a Construindo o novo Brasil teria algo como 40% (que, aliás,é o que fizeram no PED).
(...) através de um relatório da análise de conjuntura nacional do III (...)como já observamos anteriormente, o cenário para a “Mensagem ao Partido” é muito melhor a nível nacional do que aqui no Rio. Isso nos dá ânimo, apesar das tristes dificuldades regionais que continuamos encontrando aqui. Mas houve, mesmo no Rio de Janeiro, uma melhora. Aliás, eu gostaria de aproveitar a oportunidade e dar os parabéns a todos aqueles que contribuíram com o movimento “Toda a força aos Núcleos”.
O resultado está aí: A Tese “Mensagem ao partido” está contemplando na íntegra, graças a uma emenda que nasceu do movimento “Toda força aos Núcleos”, os nossos anseios e sonhos para que os Núcleos de Base retomem a força do PT de antigamente. É o sonho do socialismo democrático, sedimentado na ética republicana e, acima de tudo, orientado pela força e inspiração das bases. Sabemos, principalmente com relação ao cenário abaixo, que ainda será uma tarefa difícil vencer esse III Congresso, mas fizemos a nossa parte e, graças ao esforço de todos, podemos manter vivas as nossas esperanças.(...) “
Sobre teses como a Esperança é vermelha, Socialismo é luta e Mensagem ao Partido, Lembram em parte o ‘Manifesto de Resgate do Partido’ ainda em agosto de 2003 levantado ainda pelo Plínio de Arruda quando no PT.
Juntando-se a voz de tantos companheiros , cabe-nos aqui saudar a todos aqueles que tiveram a coragem de assinar teses nas quais apresentaram suas insatisfações, até mesmo colocando em risco, em alguns casos, os seus cargos em comissões e pastas nos Governos. Como Robson Campos conclui, “ também não podemos esquecer aqueles que porventura não assinaram, mas não hesitaram em se comprometer, de uma forma ou de outra, com essa luta que carinhosamente intitulamos ‘Toda força aos Núcleos’ . Foi bonito ver a movimentação e a coragem de todos. Cada um dos filiados dos núcleos do PT que compraram essa briga e levaram esse sonho adiante deram uma contribuição formidável e corajosa. Mostraram a cara e não se omitiram. Estão todos de parabéns. (...) para todos nós, uma celebração de um compromisso. De um compromisso com o sonho de uma nova sociedade, de um novo mundo e de um novo Brasil.
Vamos juntos, sempre juntos rumo ao socialismo democrático, republicano e, acima de tudo, pautado na vontade e no desejo das bases.”
terça-feira, agosto 21, 2007
O PT precisa ir fundo nas Mudanças!
O Partido precisa ir fundo nas mudanças.Haja visto o III Congresso ,quais são as pespectivas para 2008 no Partido?
'PT aos 27 anos precisa ir fundo nas mudanças'
Bem repeti as palavras do professor Paul Singer em entrevista sobre os rumos do PT, e o segundo mandato do presidente Lula.Ele avalia que “profissionalização” atual do PT amplia a dependência por dinheiro e que partido tem de estar “mais aberto à sociedade, não para captar votos, mas para captar demandas, análises e informações”.Para Singer, que integra o Partido dos Trabalhadores desde a época de sua fundação, o rumo atual do partido aponta para uma “decadência”, tornando-o hoje “muito parecido com os partidos que sempre desprezamos: os partidos de políticos profissionais, de assessores, de cabos eleitorais”.O professor avalia que hoje o PT é um partido de políticos profissionais e que depende muito de dinheiro, o que acaba forçando-o a procurar “levantar fundos aonde eles existem, junto aos bancos, junto às grandes empresas”. Para Singer, o partido precisa ir “fundo nas mudanças”, que deveriam ser “para ontem”. Ele defende que o partido tem de estar mais aberto à sociedade, “não para captar votos, mas para captar demandas, análises e mais informações” e avalia que as punições podem ser conseqüência de todo o processo de transformação.
III Congresso?
"O objetivo é mudar o rumo do partido.O partido apontou um rumo que para muitos de nós e para mim certamente é o rumo da decadência.".Isto por que o PT está hoje muito parecido com os partidos que nós sempre desprezamos: os partidos de políticos profissionais, e de assessores, de cabos eleitorais, é um partido de políticos profissionais e que depende muito de dinheiro, de grandes somas de dinheiro e isso acaba forçando o partido a aceitar, e mais do que aceitar, procurar levantar fundos aonde eles existem, junto aos bancos, junto às grandes empresas. Obviamente isso influi. Segundo Singer se tem de um lado uma base militante, uma história do PT, que inclina o partido à esquerda, e de outro lado você tem uma dependência de dinheiro que inclina o partido à direita. Daí as dubiedades, que já foram longe demais.
O PT vai ter que fazer é mudar completamente o modo de ser. De certa forma é voltar a ser o que foi no início, sem querer voltar no tempo, evidentemente, sem querer anular todo o acúmulo inclusive em termos de ter já governado o país, tanto no nível municipal, quanto estadual e agora federal.
Mas a primeira coisa que é preciso fazer nesta entendimento é desprofissionalizar o PT. Claro que haverá políticos profissionais, é impossível ser um partido governante em nosso país sem ter gente que se dedique integralmente, em tempo integral a essas tarefas .Mas hoje, a tendência do partido é 100% nessa direção, porque o partido funciona 48h por semana. E ninguém que exerça alguma atividade profissional pode acompanhar isso. Esse fato por si só, profissionaliza o partido, dá essa feição dependente de dinheiro que desta forma é mortal.
O PT e o Governo
Para Singer o papel do PT no governo Lula o PT se empenhou profundamente na ultima eleição , agora não se pode ter a mesma atitude do PMDB e de outros partidos aliados, que procuram seu espaço no governo em função do número de parlamentares que elegeram e assim por diante. Se o governo Lula puder cumprir o seu programa no segundo mandato de uma forma tão boa como fez no primeiro – por isso que ele foi reeleito, embora tenha havido falhas – eu estaria satisfeito sem exigir “espaço para o PT”. Uma cobrança que foi bastante feita ao PT – e aos movimentos sociais – foi de que o partido praticamente virou governo e que nesse segundo mandato o partido precisa ter mais autonomia, se comportar como uma outra instituição.
Frisa Singer :"Para desenvolver esse trabalho, é preciso de quadros qualificados, principalmente do movimento popular, então não dá para abrir mão da participação dessas pessoas no governo." Ou seja, nesta lógica estes não precisam ser petistas. O que para Singer cai na seguinte questão quanto a ideia de 'petizar ' o Governo,o que podemos concordar em parte com ele( Sempre prezando a coerencia de aliados,sim,mas à esquerda, à esquerda!!!). Singer continua :"Se, a título de tornar o governo menos petista, você abrir mão de pessoas que têm os conhecimentos e mais do que isso, que têm ligações com os movimentos, isso seria um erro fantástico a meu ver. As melhores políticas no governo Lula foram, em grande parte mas não unicamente, implementadas por petistas."
Nas palavras de Singer o partido carece de vida política interna. "Com a profissionalização extrema, os núcleos raramente funcionam, as direções mesmo se reúnem raramente e por pouco tempo. As reuniões são muito curtas. Entrei no PT na época da fundação, fui membro do Diretório Nacional e as reuniões eram muito longas, a gente tinha um monte de discussão. Agora as reuniões são “vapt-vupt”. É preciso restaurar uma vida política mais intensa e de mais discussão interna, ouvir mais as bases e os nossos parceiros dos movimentos sociais, sindicatos, igreja, universidade, etc. ". Ou seja a via é a de um Partido que tem de estar mais aberto à sociedade, não para captar votos, mas para captar demandas, captar análises e mais informações.
“O PT tem muitas credenciais. Mas a falta de vida interna me deixa angustiado. O partido vive agora em função de seus parlamentares, em função de seus prefeitos e governadores e em função do seu presidente. Quando assumimos o governo de São Paulo em 1989 era muito diferente. O partido tinha uma vida independente e “enchia o saco”. E hoje chegamos à conclusão de que essa postura foi extremamente importante para nós. Era necessário que alguém brigasse, fizesse greve, protestos, etc., para que víssemos que não estávamos acertando tanto quanto imaginávamos.”
domingo, agosto 12, 2007
Socialismo Petista e o III Congresso do Partido
Essa discussão contribuirá fortemente para uma reflexão mais acurada dos porquês da crise que fez o PT sangrar nesses dois últimos anos e que não foi superada de todo com a expressiva e revigorante participação dos mais de 300 mil filiados no PED de 2005. Não obstante percebermos mudanças, é visível também a permanência dos métodos e concepções políticas que originaram a crise. Ações de setores do PT em alguns estados e a desastrada atuação dos “aloprados” em plano nacional são prova inconteste dessa continuidade.
Passados mais de 25 anos da sua fundação, é legitimo buscarem-se os dois movimentos: seja o de afirmar o reencontro do PT com sua própria história, seja a atualização de sua radicalidade.e sob qual condição. A primeira questão se consubstancia no fato de que desde o alvorecer do Partido dos Trabalhadores estava dada a perspectiva socialista anos atrás.Nas condições concretas do Brasil, o PT não só é um partido operário – é um partido que aponta como objetivo central a sua construção socialista . E que hoje aponta(in)felizmente em boa parte de suas tendências internas mais como um partido de centro que um partido de esquerda.A segunda questão que trata da radicalização diz respeito à capacidade do partido de dar conta dos novos desafios postos pelo aprofundamento da ação do sistema produtor de mercadorias que, nas últimas décadas, lançou novos tentáculos, a partir da pragmática neoliberal.O que segundo o intelectual Mészaros "A superação desse modelo clama por uma ofensiva socialista radical, cujo pressuposto é a existência de instrumentos igualmente radicais à disposição da classe trabalhadora"
Urge portanto uma reflexão profunda da trajetória do partido, suas experiências com o movimento social; suas ações nos governos e parlamentos; seu papel como instrumento emulador e formador de militância revolucionária; em síntese, é preciso requerer a inserção contributiva do Partido na vida política, social e cultural do país sob o prisma da construção socialista. Discutir o socialismo petista deverá servir para a reformulação dos seus horizontes estratégicos e da suas ações táticas. A resultante desse processo reflexivo deverá reorientar a produção de documentos partidários: programa e estatuto, balisadores de uma nova ética de comportamento militante, reafirmadores dos elos entre a luta de ação direta e a esfera institucional, entre o exercício de governo no estado burguês e as rupturas necessárias para a transformação da sociedade.Afinal que socialismo queremos e é possivel?Não viveremos mas da utopia,mas deixaremos nos perder do Sonho?
O III Congresso do PT !
"Independente de alguns segmentos da sociedade que querem puxar o governo para o centro, cabe aos movimentos sociais puxá-lo de volta para a esquerda"
O Congresso tratará da construção do PT como instrumento político da classe trabalhadora e da atualização do projeto democrático, popular e socialista para o Brasil.O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores,que reuniu-se logo após a reeleição do Presidente Lula ano passado- momento singular de afirmação da democracia -, resolveu assim convocar o III Congresso do Partido dos Trabalhadores para o II semestre do ano seguinte ,2007(Numa convocação a qual se deriva da resolução do 13º Encontro Nacional do PT, realizado entre os dias 28 e 30 de abril de 2006)
As vitórias eleitorais conquistadas pelo povo brasileiro em 2006 com a participação do PT e com destaque para a reeleição do Presidente Lula, criaram um ambiente propício para realizarmos um debate amplo, fraterno e construtivo acerca dos desafios do nosso partido, que são também os grandes desafios postos para nosso povo: a conquista da soberania nacional, a democratização política, o desenvolvimento com igualdade social. Desafios que nosso Partido quer enfrentar, na perspectiva da construção do socialismo democrático.Assim ,o processo de preparação do III Congresso deverá se ocupar imediatamente na atenção de todos os seus militantes e filiados.
O I Congresso em 1991
O I Congresso, realizado em São Bernardo do Campo (SP) entre 27 de novembro e 1º de dezembro de 1991, abordou os seguintes temas:
a) Socialismo, concepção e caminhos de sua construção;
b) Concepção e prática de construção e atuação partidária.
Ao final, o I Congresso aprovou resoluções sobre Socialismo, Partido e Conjuntura.
O II Congresso em 1999
O II Congresso, realizado em Belo Horizonte (MG) entre os dias 24 e 28 de novembro de 1999, teve como pauta:
a) Vinte anos do Partido dos Trabalhadores;
b) O Programa do PT;
c) O momento atual e nossas propostas;
d) O PT: Concepção de partido e funcionamento.
Ao final, o II Congresso aprovou o Programa da Revolução Democrática e reafirmou a resolução intitulada “O socialismo petista”, que fora aprovada pelo 7º Encontro Nacional, realizado em São Paulo entre os dias 31 de maio e 3 de junho de 1990.
O III Congresso 2007.
O III Congresso tratará da Construção do PT como instrumento político da classe trabalhadora e da atualização do Projeto Democrático, Popular e Socialista para o Brasil.
As diferentes etapas dos debates do III Congresso lançarão um olhar sobre toda a nossa história, de construção partidária, de lutas sociais, de solidariedade internacional, de presença nas instituições legislativas e executivas. Lançará um olhar, em especial, sobre a experiência do primeiro mandato do Presidente Lula.
Os debates do III Congresso terão como propósito nos preparar para enfrentar os desafios do presente e do futuro, entre os quais destacamos a responsabilidade de governar o país por mais um mandato, preparando o terreno para um ciclo longo de desenvolvimento sustentado.
Para atingir estes objetivos, os debates do III Congresso envolverão o conjunto dos petistas, mas também o diálogo com os partidos aliados, com os movimentos sociais, com a intelectualidade crítica, com todos aqueles que lutam para o fortalecimento da democracia no Brasil, para sua inserção soberana no mundo e para torná-lo uma nação mais justa.
A pauta do III Congresso será a seguinte:
1) O Brasil que queremos
2) O Socialismo Petista
3) PT: Concepção de partido e funcionamento
O III CONGRESSO -nas palavras de Miguel Rosseto
Após a grave crise ética e programática do PT, milhares de militantes mobilizaram- se para levantar o partido e renovar a direção partidária. Agora, o desafio no III Congresso é fazer um balanço desse período e atualizar o projeto que queremos para o Brasil.
A realização do III Congresso do PT, de 31 de agosto a 2 de setembro, mostra que o partido, aos 27 anos de vida, preserva uma regra muito importante para o avanço da democracia. É uma experiência singular um partido desta dimensão realizar um congresso com a participação de filiados em todo o país. O PT atravessou uma grave crise ética e programática, com o envolvimento de dirigentes em denúncias de corrupção. A direita tentou aproveitar essa crise para acabar com a “raça petista” e de toda a esquerda. Não conseguiu. Milhares de militantes mobilizaram- se para levantar o partido e renovar a direção partidária através de eleições diretas. O desafio, agora, é fazer um balanço desse período para reavaliar nossa estrutura e processos internos, atualizar o programa, a identidade política do partido e o projeto que queremos para o Brasil.
A agenda que defendemos para o PT é a da reafirmação de um projeto de esquerda, socialista, democrático, comprometido com uma ética republicana e com uma visão de transformação do Brasil. Enfrentamos os limites e contradições da experiência de um governo de coalizão, mais amplo que o próprio partido. A reeleição do presidente Lula redobrou nossa responsabilidade para aproveitar ao máximo esse momento favorável à construção de um novo padrão de desenvolvimento econômico e inclusão social, capaz de gerar emprego e renda, com a incorporação central da questão ambiental. Queremos um diálogo claro com a juventude brasileira, vítima da exclusão e da violência. E queremos seguir construindo uma nova relação de integração entre os povos da América Latina, com desenvolvimento e justiça social. A nossa história aponta o caminho que devemos seguir.
Defendemos a democratização da estrutura de poder político do país, marcada historicamente pelo patrimonialismo e pela escassa participação da sociedade. Essas agendas definem nossa identidade e a possibilidade de preservar o PT como um partido com vitalidade política para enfrentar os desafios do presente. É importante ter em mente que o Brasil vive hoje uma nova agenda. Deixamos no passado a marca de um país submisso no cenário internacional, de um país que tinha como agenda a privatização de estatais, o desmonte de políticas públicas, a desintegração da Federação e a ausência de políticas integradoras de crescimento com distribuição de renda. A agenda hoje é a do crescimento, com distribuição de renda e justiça social, através de programas como o Bolsa Família, o ProUni, o Luz Para Todos, a Reforma Agrária. É a agenda da defesa e do meio ambiente e do combate às desigualdades étnicas e de gênero.
A agenda que defendemos é a da construção de políticas públicas para garantir acesso à moradia, a um sistema de saúde pública de qualidade, para a ampliação e qualificação do acesso à educação, através da criação de novas escolas e universidades e maior repasse de recursos para estados e municípios. É a de implementação de políticas de geração de trabalho através de programas como o da Economia Popular e Solidária, que reconhece o enorme esforço do nosso povo em organizar atividades produtivas de cooperativas e associações. É a do compromisso com o fortalecimento dos pequenos produtores e da agricultura familiar. Todas essas políticas, tomadas em conjunto, conformam um outro sentido e uma nova caminhada para o nosso país. Uma caminhada para transformar o Brasil em uma nação com mais igualdade, mais justiça, mais oportunidades, que resgate o direito das pessoas a uma vida digna.
Uma das tarefas centrais do III Congresso é justamente preparar o PT para colaborar muito mais na confirmação dessa agenda de mudanças, ampliando a velocidade e a qualidade desse processo. Para realizar essa tarefa, o partido deve ter uma autonomia maior em relação a um governo de ampla composição partidária. O partido deve ter autonomia para abrir campanhas e debates diretamente com a sociedade brasileira, apresentando um protagonismo e uma iniciativa política maior do que apresenta hoje. A possibilidade de o país transformar- se em uma nação exige compromissos políticos claros e transformações estruturais, rompendo com aquilo que é a marca secular do atraso político, da exclusão social e da ausência da democracia. Construir a nação que queremos exige a ampliação permanente da democracia e da participação popular, com uma reforma do Estado e da democracia representativa.
Por isso é tão importante incorporar experiências de democracia direta na vida política do país, qualificando as instituições e fortalecendo a República. Trata-se de uma condição importante também para enfrentar o problema da corrupção. Esse é um terreno sagrado que deve ser preservado a qualquer custo. Essa prática de apropriação privada de renda pública é inaceitável. Ela destrói a capacidade do Estado de realizar suas políticas, além de corroer a ética cidadã e a ética pública.
No Rio Grande do Sul, o PT, juntamente com outras forças políticas aliadas, construiu experiências que nos dão autoridade e confiança para lutar por essa agenda de transformação. Trata-se de um compromisso que exige uma relação permanente com a população. Construímos essa prática inovadora quando governamos o Rio Grande do Sul, Porto Alegre e várias cidades gaúchas, impulsionando políticas de desenvolvimento com base na ampliação democrática do Estado. O trabalho que realizamos em vários municípios e que tem em Porto Alegre a sua principal referência nos dá confiança nessa capacidade inovadora do partido. Construímos junto com a população, ao longo dos 16 anos que governamos Porto Alegre, a maior experiência de democracia direta em escala mundial. Os resultados desse trabalho, em termos da melhoria da democracia, da qualidade de vida da população e da gestão pública, tornaram Porto Alegre referência internacional.
O Orçamento Participativo e o conjunto de políticas sociais que implementamos fizeram da cidade a capital do Fórum Social Mundial, um vigoroso e criativo movimento que vem trabalhando pela construção de um outro modelo de globalização, que não seja apenas aquela do lucro. Conquistamos um grande acúmulo com essa experiência e queremos colocar esse acúmulo a serviço dessa agenda transformadora. O que fizemos em Porto Alegre e no RS nos ensinou que não há transformação verdadeira, que não há melhoria da vida do povo sem a participação deste que é o maior beneficiário de uma política de mudanças. Esse aprendizado e esse acúmulo nos enchem de confiança e vontade de avançar, orientando nosso pensamento e nossa ação política para corrigir o que precisa ser corrigido dentro do PT e, principalmente, para construir, junto com a população, o Brasil que queremos.
Miguel Rossetto é signatário da Mensagem ao Partido, foi vice-governador do Rio Grande do Sul e ministro do Desenvolvimento Agrário.